População idosa em Goiás cresce e aumenta demanda por cuidados com a visão

21 de outubro de 2025 às 08:23

Em Goiás, onde 13,7% da população tem 60 anos ou mais, prevenção e acompanhamento médico são essenciais para reduzir os riscos de doenças que comprometem a visão

Goiânia, outubro de 2025 – O envelhecimento populacional em Goiás acende um alerta para a saúde ocular. Com 13,7% dos goianos na faixa dos 60 anos ou mais, cresce também a incidência de doenças como a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), uma das principais causas de perda visual irreversível nessa etapa da vida. A enfermidade, que atinge cerca de 30 milhões de pessoas no mundo e cerca de 3 milhões no Brasil, compromete a mácula, região da retina responsável pela visão central e pelos detalhes, dificultando atividades cotidianas como ler, dirigir e reconhecer rostos.

Entre os fatores de risco mais comuns estão o histórico familiar da doença, a presença de doenças cardiovasculares, os níveis elevados de colesterol, a exposição solar sem proteção adequada e o tabagismo. Pesquisas nacionais apontam que fumantes têm até o dobro de risco de desenvolver formas mais graves de degeneração macular, especialmente as que evoluem rapidamente. No entanto, o tabagismo não é o único fator associado, e sua influência pode variar conforme predisposição genética e condições de saúde do paciente.

“O cigarro contribui para a piora do quadro porque reduz a oxigenação dos tecidos e acelera o envelhecimento celular, mas hábitos alimentares desbalanceados e falta de proteção contra a radiação ultravioleta também desempenham papel importante no desenvolvimento da doença”, explica o oftalmologista Dr. Irineu Ribeiro de Melo, do CBCO Hospital de Olhos de Goiás.

Dados da Sociedade Brasileira de Oftalmologia mostram que 10% das pessoas com idades entre 65 e 74 anos e cerca de 25% dos indivíduos acima de 75 anos apresentam DMRI. Do total, 80% correspondem à forma seca, caracterizada pela evolução lenta, mas progressiva. Já a forma úmida, embora menos frequente, tem progressão mais agressiva e pode causar perdas visuais severas em curto prazo.

O especialista destaca que avaliações oftalmológicas regulares são essenciais para o diagnóstico precoce. “Muitas vezes, a DMRI se desenvolve de forma silenciosa, e quando o paciente procura ajuda já há um comprometimento avançado da visão. O acompanhamento periódico é a melhor forma de preservar a saúde ocular”, reforça.

A boa notícia é que medidas simples podem reduzir significativamente as chances de desenvolver a degeneração macular. Evitar o tabaco, praticar atividades físicas regularmente, manter o colesterol sob controle, proteger os olhos da exposição solar com óculos adequados e adotar uma dieta rica em frutas, verduras e peixes são atitudes que ajudam a preservar a visão. “Cuidar dos olhos é uma forma de garantir autonomia e qualidade de vida. Investir em hábitos saudáveis hoje é proteger a visão do futuro”, conclui Dr. Irineu Ribeiro de Melo.